A razão e a afetividade humana em espinosa
Fábia Lúcia Alves de Lima Albuquerque[1]
Orientador: Josailton Fernandes de Mendonça[2]
Resumo: Este artigo deseja conhecer as grandes linhas da teoria da afetividade humana desenvolvida por Baruch Espinosa (1632-1677). Observa-se que uma das preocupações de Espinosa é hierarquizar os afetos segundo suas respectivas potências, ou seja, como afeto passivo e afeto ativo. Desta reflexão nasce o nosso objeto de estudo, que se debruça em demonstrar como os afetos na ética tem consequência nas ações políticas. Para tanto, demonstramos à luz do pensamento espinoseano, como acontece a interação indivíduo/coletividade e, ainda, como essa interação de pessoa para pessoa determina a nossa capacidade de agir. Por isso, trataremos do Conatus, enquanto potência de agir e sua relação com o bem ou o mau. “Toda coisa enquanto está em si, se esforça por perseverar no seu ser”. Sobre esta proposição, que se formula o cerne da teoria do conatus. Os afetos podem ser passivos ou ativos. Os primeiros nos leva à servidão, ao passo que o segundo nos leva à liberdade e, por conseguinte, à virtude, à beatitude ou a salvação. Nesta hierarquização, os graus de potência são acrescidos de um ponto de vista qualitativo, de uma classificação em função de seus objetos e daqueles a eles submetidos, por exemplo, de acordo com a natureza dos objetos que nos afetam com alegria, diferem em sua natureza e de indivíduo para indivíduo. Desta forma, Espinosa reconhece que o desejo, a alegria, a tristeza, o amor, o ódio e toda a gama de afetos que permeiam a nossa existência têm causas determinadas e efeitos necessários tão dignos de conhecimento quanto qualquer outra coisa natural. É o conhecimento desta potência sob um prisma racional, que permite transformar gradualmente o indivíduo e conduzi-lo a gozar dos afetos ativos o que invariavelmente lhe oportunizará o experimento da beatitude. Como, então, Espinosa sustenta sua ordem filosófica? Ora, segundo