Especiaista
DIAGNÓSTICOS ERRADOS EM CRIANÇAS
COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
A dificuldade de aprendizagem tem sido um dos grandes problemas da educação brasileira. No entanto, ela ainda permanece como um tema controverso: professores, médicos, fonoaudiólogos psicopedagogos e outros especialistas de áreas diversas têm opiniões muitas vezes conflitantes em relação as suas causas. A ela sempre estiveram relacionadas explicações discriminatórias e preconceituosas que acabam por estigmatizar os alunos que a possuem. A dificuldade de aprendizagem é um assunto vivenciado diariamente por educadores em sala de aula, as crianças com problemas de aprendizagem constituem um desafio em matéria de diagnóstico e educação. Não é raro encontrar professores que rotulam alguns alunos como preguiçosos e desinteressados, e atribui a esses alunos certos adjetivos por falta de conhecimento sobre o assunto em questão. Muitos desses professores desconhecem que essas crianças podem estar apresentando algum problema de aprendizagem de ordem orgânica, psicológica, social ou outra. Tradicionalmente associou-se a dificuldade de aprendizagem entre outras coisas, a alguma deficiência cerebral, relacionada a carências culturais, a privações econômicas e estruturais, ou a desnutrição. Nessa perspectiva o fracasso escolar era responsabilidade da criança que não aprende, ou de suas carências, mas, de qualquer forma, irremediável desde o ponto de vista educacional. A escola seria, então, isenta de qualquer responsabilidade no fracasso do desempenho escolar. Durante a década de 70, no Brasil, difundiu-se o rótulo de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM) para as crianças que não atingissem o nível escolar esperado. Em pouco espaço de tempo esse rótulo já era largamente empregado de maneira que a população de alunos com DCM chegou a 40%. Essa e outras concepções patologizante explicavam os problemas escolares de repetência e