Esofago de Barret e cancer
anorama Internacional
Bioética
BIOÉTICA
E MORTE:
RESPEITO
RESPEITO AOS CADÁVERES
Destacamos o uso polêmico de cadáveres apresentados por dois artigos publicados nos jornais: 1. Recall de cadáveres - uma universidade americana pediu de volta pedaços de cadáveres distribuídos para institutos médicos com a alegação destes não terem sido testados para
Aids e hepatite1.
2. Utilização de cadáveres para um show público de dissecação e sua utilização, após transformação, em objetos de arte2.
O médico lida com a saúde do ser humano. A morte enquanto evento natural e inevitável a todos não cabe à Medicina. Cuidar da saúde significa cuidar do sofrimento humano. Já o sofrimento que pode advir frente à idéia de morte, este sim vai ser lidado pela
Medicina e também pelas religiões.
A representação da morte está presente desde o início do ensino médico: o estudo através de cadáveres. Seguramente, a evolução da Medicina se deveu à possibilidade de ensino e pesquisa éticos em cadáveres. O estudo da anatomia só foi possível pelo fato de
Leonardo da Vinci ter se dedicado ao estudo dos cadáveres, mesmo que sua finalidade fosse a aplicação na arte, além do conhecimento.
Comentário
Do ponto de vista da bioética, os cadáveres devem ser vistos como "res-humana" e não objetos quaisquer de uso, pelo significado afetivo da memória de um ser humano, principalmente para os indivíduos que com ele estabeleceram vínculos emocionais.
Entendemos que o fundamental em bioética é o respeito ao outro. Por exemplo, não basta o médico querer esclarecer a causa morte para se realizar uma necropsia pelo
Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), pode ser necessário que a família autorize esse procedimento.
No caso em questão do recall e de utilização dos cadáveres enquanto objetos de arte, entendemos que a questão ética se encontra justamente no consentimento dado pelo indivíduo antes da morte, ou após morte, pelos familiares, independentemente da