Esfigmomanômetro
Brasília, DF No presente trabalho o autor focaliza, com clareza, o longo caminho percorrido para o conhecimento de um fenômeno tão significativo, mas que se furtou durante anos às possibilidades de determinação.
A observação do pulso vascular é muito idosa, mas a obtenção da pressão arterial só ocorreu séculos mais tarde. É sabido que no Antigo Egito a atenção dos médicos já se voltava para a significação das pulsações sangüíneas, porque, como expressivamente informa o papiro de Ebers, colocando-se os dedos sobre várias partes do corpo verifica-se que o coração "fala" através dos vasos.
A determinação adequada da pressão nas artérias só seria iniciada, entretanto, entre os séculos XVI e XVII. Após as curiosas invenções de Santorio (termômetro, higrômetro, pulsímetro), como representante dos "iatrofísicos" - interessados na aplicação de técnicas matemáticas e mecânicas - sucederam-se múltiplos trabalhos que vão de Hales a Riva-Rocci e deste a Korotkoff e que comparecem atentamente analisados no presente estudo histórico. Este nos revela, portanto, as múltiplas oscilações na busca de um fenômeno básico em circulação.
De fato, quando o engenhoso reverendo Hales inseriu um tubo de vidro na artéria femoral de uma égua, não estava apenas satisfazendo curiosidade em Ciência, sua "amante vocacional" no dizer de Herrick, mas sim trazendo à Cardiologia um enorme campo de investigação que muito conhecemos e que ainda muito estudamos.
O Dr Introcaso nos traz, em revisão ampla e minuciosa, as significativas etapas desse fecundo percurso de mais de três séculos, analisando incertezas, dúvidas e incompreensões, mas, principalmente, a persistência e a perspicácia de tantos a quem tanto devemos. "O médico não pode prescrever por carta, nós precisamos sentir o pulso"
Lucius Annaeus Seneca
(4 a.C. - 65 d.C.)
A preocupação médica com o pulso perde-se no tempo. Coube a dois médicos