Esculturas Modernas
Após o desprezo da escultura, que recebeu a mesma discriminação direcionada à pintura por ser uma linguagem artística tradicional durante meio século, ela também ressurge no pós-moderno e promete novas e mais amplas possibilidades de expressão. Até recentemente a escultura era prejudicada por sua identificação com exigências do modernismo, porém, na década de 70 e ainda mais vigorosa na década de 80, a escultura desmobilizada de preceitos formais se abre para o uso de materiais diversos como: objetos descartáveis, aparelhos elétricos, têxteis, ready mades e materiais industriais. Assim como a pintura, a escultura se mostrou renovadora sobre os limites formais de meios artísticos julgados convencionais.
Afinada com o pós-moderno, a escultura desestetiza o objeto tridimensional e não prioriza o tempo histórico de forma linear, isto é, ela funde presente, passado e futuro numa só obra, após retirar citações e segmentos da história da arte. Deste modo, o artista escultor se vê livre para compor escolhas e procedimentos individuais. De acordo com Peccinini, esta estratégia abrange a utilização de todos e quaisquer meios e materiais, passo decisivo da escultura para uma autonomia e licença ilimitadas. “Neste sentido a subversão da ordem dos materiais em outro sistema de relação revela outras realidades e abre percepções inumeráveis." (PECCININI, Daisy V. M. Os tridimensionais do MAC - segmentos da História da Escultura. IN: Sedução dos Volumes. Catálogo: São Paulo, MAC/USP, 1992, p. 17.)
Neste cenário, circulam livremente apropriações de objetos comuns (ready made), tecnologias e sínteses com materiais industriais e naturais, a fim de despertarem efeitos perceptivos sensuais, irônicos, sensoriais e de antagonismo no público. Os materiais são