ESCRITA E REDAÇÃO
Cuidado! Há uma invasão de neologismos.
Por favor, não se assuste. Neo vem do grego e significa “novo”.
Neologismos são “palavras novas” (= não dicionarizadas). Não me refiro às palavras de origem estrangeira. Na verdade, gostaria de falar a respeito do genuíno neologismo nacional.
Primeiro, é importante lembrar que existem “neologismos literários”.
No livro Tropical sol da liberdade, a autora Ana Maria Machado escreve: “Mais mátria do que pátria... Como se o Brasil fosse ao mesmo tempo filho e mãe dela...”
Mátria é um neologismo. O poeta, a partir de pátria (do latim pater = pai), criou a forma feminina (de mater = mãe). É pura criatividade.
Observe outro exemplo literário, agora nos versos de Vinícius de
Moraes:
“Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:”
Aqui temos um neologismo híbrido: avigrama (ave do latim + grama do grego). Para o poeta avigrama é o “telegrama” levado por uma ave. Com certeza há muitos neologismos lindos e criativos, entretanto existem os desnecessários.
Com frequência ouvimos:
“É preciso disponibilizar todos os recursos necessários”.
Disponibilizar é “tornar disponível, pôr à disposição”. Não posso garantir que disponibilizar não venha a ser dicionarizado. É forma muito usual e está consagrada. Já vi muita gente boa ficar surpresa por não encontrar registro dessa palavra em nossos dicionários.
Por falar nisso, hoje nós já encontramos no Aurélio palavras que não estão registradas em outros dicionários ou mesmo em edições mais antigas do próprio Aurélio: agilizar, minimizar, normatizar...
O uso do verbo AGILIZAR (= tornar ágil) está consagrado. Com o verbo MINIMIZAR, há uma curiosidade. Durante uma aula, um aluno levantou a seguinte questão: “Para que minimizar, se já existe o verbo diminuir?” Outro aluno respondeu: “Porque minimizar é mais que diminuir, é “levar ao mínimo”. Concordei com a resposta, mas fiquei verdadeiramente “encantado” com a “definição” de outro