Escravidão
COMPARAÇÃO ENTRE A NOVA ESCRAVIDÃO E O ANTIGO SISTEMA:
A assinatura da lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sob outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira. A forma mais encontrada no país é a da servidão, ou ‘peonagem’, por dívida. Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado no abatimento da conta de forma razoável ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.
A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do BRASIL Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre esses dois sistemas que foram aqui adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.
Brasil
Antiga escravidão
Nova escravidão
Propriedade legal:
Permitida
Proibida
Custo de aquisição de mão-de-obra:
Alto. A riqueza de uma pessoa podia ser medida pela quantidade de escravos Muito baixo. Não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas o transporte
Lucros:
Baixos. Havia custos com a manutenção dos escravos Altos. Se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito
Mão-de-obra:
Escassa. Dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou reprodução. Bales afirma que, em 1850, um escravo era vendido por uma quantia equivalente a R$ 120 mil.
Descartável. Um grande contingente de trabalhadores desempregados. Um homem foi levado por um gato por R$ 150,00 em eldorado dos Carajás.
Relacionamento
Longo período. A vida inteira do escravo e até de seus descendentes
Curto período.