Escravidão
- Liberdade, Liberdades e Alforria.
A liberdade é um processo de conquistas, que podem ou não ser alcançadas durante o correr de uma vida. Ser ou não ser livre era uma questão histórica objetiva no Brasil, na primeira metade do século passado.
Na moderna ideologia ocidental, a liberdade está intimamente ligada a noção de autonomia individual, dentro de uma sociedade normatizada, na qual as pessoas são iguais perante a lei.
A construção da ideia de liberdade para o escravo era baseada na sua experiência, e nas tradições de sua cultura. Isolado, estaria socialmente morto. Para conseguir a liberdade social, era preciso que os fugitivos passassem a pertencer a uma comunidade alternativa: o quilombo.
O escravo era, portanto, um estranho à sociedade dos homens livres. Mesmo quando havia nascido no país, não tinha nenhum dos direitos inerentes a noção de cidadania. A rigor, ele não “pertencia” a nação brasileira. O caminho para a liberdade, portanto, muitas vezes, começava exatamente ai: na construção de uma rede de relações pessoais as quais o cativo “pertencesse”.
Carta de alforria.
Algumas formas em que os escravos interagiam com o senhores e sua família.
- Reescravização e malhas da solidariedade.
Como vimos, os direitos ligados à noção de autonomia são, sem dúvida, pessoas na construção da liberdade, mas perdem sentido quando não estão vinculados a outros direitos ligados à vida em sociedade.
Dentro do espaço urbano, os laços de solidariedade entre os cativos operavam de diversas maneiras. Ás vezes até radicais. Pertencer à mesma família, etnia, confraria, uma simples amizade e as vezes apenas também ser escravo, poderia servir para atrair o apoio dos outros.
Ou seja, os elos afetivos entre as pessoas, levavam