Escravatura
Sábado, 14 de Maio de 2011 por Robert Higgs publicado em Filosofia, Governo, Liberdade.
A escravatura existiu durante milhares de anos, em todos os tipos de sociedade e em todas as partes do globo. É necessário um extraordinário esforço para imaginar a vida em sociedade sem escravos. Mesmo assim, de quando em vez, fazem-se ouvir vozes excêntricas que se opõem a tal prática, a maior parte argumentando que a escravatura é imoral e, portanto, deve deixar de ser praticada. Tais argumentos são acolhidos com reacções que variam entre a condescendência e o veemente desprezo, chegando mesmo a provocar manifestações violentas.
Quando se dão ao trabalho de argumentar contra a proposta de abolição da escravatura, são avançadas as mais variadas ideias. Aqui ficam as dez mais frequentes:
1. A escravatura é natural. Não somos todos iguais, e por isso devemos esperar que aqueles que são mais capazes em algumas áreas – por exemplo, inteligência, moral, conhecimento, destreza tecnológica, ou até mesmo a sua habilidade para combater – se tornarão mestres daqueles que são inferiores nestes aspectos. Abraham Lincoln exprimiu esta ideia num dos seus famosos debates com o Senador Stephen Douglas, em 1858:
Existe uma diferença a nível físico entre a raça branca e a raça negra que me levam a acreditar na impossibilidade da existência de igualdade política e social entre ambas. E na medida em que tal não pode acontecer, a coexistência entre ambos só pode acontecer com uma posição de superior e inferior, e eu, tanto como outro homem, sou a favor de que a posição de superior esteja a cargo da raça branca.
2. A escravatura sempre existiu. Este pensamento exemplifica a falácia lógica «argumentum ad antiquitatem» (o argumento à antiguidade ou tradição). No entanto, é comum ser um forte persuasor, especialmente entre pessoas de índole conservadora. Mesmo os não conservadores tendem a considerar este argumento, numa perspectiva quasi-hayekiana de que