Escolas dos acampamentos do mst
Nos últimos anos, ideólogos burgueses alardearam a falência do socialismo com a queda do muro de Berlim, apontando que estaria assim assegurada a vitória definitiva do capitalismo, como ideologia e modo de produção. A partir da segunda metade dos anos 70, um conjunto de políticas são adotadas pelos governos neoconservadores e propagadas pelo mundo, apresentando-se como a única alternativa. Trata-se de uma ideologia, uma corrente de pensamento, que tem como foco a crítica aos partidários da revolução, da economia planificada e de toda medida política, econômica e social que indique possibilidade de romper com o capitalismo.
Esse conjunto de idéias, denominado neoliberalismo, com a chegada da grande crise do modelo econômico do pós guerra, em 1973, quando todo o mundo capitalista caiu numa longa e profunda recessão, passou a ganhar terreno. Em linhas gerais, a solução apontada para a crise era manter um Estado forte para quebrar o poder dos sindicatos e reduzir os gastos sociais, implementar uma disciplina orçamentária que requer a contenção dos gastos sociais e restringir as taxas “naturais” de desemprego, contendo, assim, as reivindicações sindicais. Acentua-se a exigência de privatizar as empresas estatais e serviços públicos, criando novas regulamentações que diminuam a interferência dos poderes públicos sobre empreendimentos privados.
A nova “ordem espontânea” subtrai dos governos nacionais grande parte do seu poder, revigorando o poder de pressão dos financistas sobre as políticas econômicas nacionais, a partir da nova integração internacional das finanças.
Hobsbawm assinala que o que se observa, a partir daí, é o recuo do Estado-nação, dando lugar às forças supranacionais. Instituições de mercado, quando liberadas de condicionamentos políticos, operam no sentido de desordenar comunidades e de deslegitimar instituições tradicionais. Estão destinadas a solapar a estabilidade social e política,