escolares
Por Ana Lucia Santana Mais uma vez Isabel Allende nos surpreende com suas narrativas ambientadas no Chile, no período mais intenso da Ditadura Militar. Sua protagonista agora é Maya Vidal, uma jovem americana de 19 anos, fruto da relação entre um chileno e uma dinamarquesa.
A história, narrada na primeira pessoa na forma de um diário, centra-se na trajetória angustiante de Maya no período mais difícil de sua vida, a adolescência. Seu relato é escrito durante o exílio na Ilha de Chiloé, no Chile. Aí ela tem a oportunidade de encontrar suas raízes e a identidade sul-americana. É neste contexto que a protagonista se depara com as superstições chilenas, o passado familiar e com o horror da ditadura militar sob o jugo do general Pinochet.
Educada pelos avós da linhagem paterna, Nini e Popo, Maya cresceu em uma mansão de Berkeley. Tudo mudou, porém, quando seu avô morreu, pois sua esposa entrou em um processo depressivo e a jovem se refugiou nas drogas, nos relacionamentos desregrados e na infração das leis. Esse comportamento instável resultou em sua detenção numa instituição para adolescentes.
As coisas se complicam ainda mais quando ela decide abandonar esse centro e vai parar no universo marginal de Las Vegas. Aí ela vive como nômade, mergulhada na criminalidade e no mundo das drogas, trabalhando para um traficante e falsário perigoso, que acaba sendo eliminado por seus próprios comparsas. Novamente ela é obrigada a por o pé na estrada, transformando-se em moradora de rua e dependente de drogas.
É então que Nini a encontra e envia a neta para a ilha chilena, na qual ela se refugia de seus erros passados, hospedada na residência de Manuel Arias. Nesta paisagem tranqüila ela faz um retrospecto de sua existência através de seu diário, e nele o leitor irá seguir sua jornada dolorosa durante a adolescência rebelde, a qual é entremeada pela descrição de sua rotina em Chiloé. Esta intercalação rompe de certa forma com o ritmo da