Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte
Autor: Nascimento F.
Levando em conta a proposta desse encontro, trago para reflexão a questão sobre a relação da favela com a condição racial, a do negro, após a suposta libertação dos escravos. Trata-se de um assunto relacionado com literatura sociológica e histórica que registram questões básicas da formação de grupos discriminados à época do império. Procuro enfocar, em síntese, o processo da formação espacial da cidade no Rio de Janeiro, através da sua evolução.
Nessa trajetória se pode identificar que na formação da cidade eram responsáveis os grupos sociais mais representativos da política, da econômica e da sociedade, cabendo aos demais grupos apenas a obrigação de acompanhar as normas legais criadas por esses representantes.
Os critérios de organização adotados por essa elite para a formação do espaço social tinham na estrutura fundiária da política do império o apoio para legalizar e explorar os meios de produção da cidade, bem como a divisão do seu espaço. Este procedimento aconteceu via apoio de um ruralismo que dominava o Legislativo e os cargos chaves do império.
O NEGRO E A ORIGEM DA FAVELA
Por que a favela é vista como lugar de violência? O que levou esse espaço a ser considerado como espaço violento? Como foi possível o surgimento desse espaço? Ao fazer uma análise histórica da situação, pode-se encontrar resposta para essas questões ao enfocar a história da escravidão no Brasil, século XVII E XVIII, particularmente no Rio de Janeiro. Existe toda uma estrutura de luta que se manteve contra as injustiças de uma elite discriminadora e castradora dos direitos humanos. Levando em conta essa realidade histórica, a favela no Rio de Janeiro pode ser comparada com a natureza dos quilombos, principalmente aquelas localizadas junto às grandes cidades, ou seja, local que se tornou um foco de luta contra as injustiças sociais. A diferença entre o quilombo e a favela, é que o