Escola de Cultura e Personalidade
A Escola de Cultura e Personalidade se desenvolve sob larga influência do legado culturalista de Franz Boas, tendo sido Ruth Benedict, uma das maiores referências dessa escola, aluna de Boas. Dois aspectos bastante presente nos estudos dessa escola são o diálogo das suas teorias com a Psicanálise e a manutenção do método etnográfico como etapa indispensável da pesquisa antropológica.
As precursoras dessa escola, Ruth Benedict e Margaret Mead, debruçam-se sobre o estudo do processo de culturalização ao qual os indivíduos são sujeitos desde a infância passando pela juventude, mensurando os efeitos de tal influência na personalidade desses indivíduos quando adultos.
Na sua obra “Os Padrões de Cultura” (1934), Ruth Benedict é claramente influenciada pelo seu mentor, Franz Boas, sendo o particularismo histórico uma das bases para suas conclusões. Ela conceitua costumes como sendo práticas sociais hereditárias capazes de revelar especificidades de cada cultura e o quão internalizada ela está por cada indivíduo. Quanto mais os costumes de dada cultura são introjetados por determinado sujeito, mais ele se sentirá incluído no seu grupo cultural, o que implica em afirmar que os indivíduos se identificam pela similaridade das suas ações. Benedict ao problematizar a relação existente entre indivíduo e sociedade, fez a seguinte afirmação: "A cultura fornece a matéria prima de que o indivíduo faz a sua vida", ou seja, o indivíduo constrói-se de forma singular de acordo com as possibilidades oferecidas pelo seu meio cultural. Logo, indivíduo e sociedade surgem como elementos correlatos, e não antagonistas, podendo o primeiro se adequar ao segundo. No entanto, caso o primeiro não se adeque, o segundo conta com dispositivos que o constrangem a se adequar.
Margaret Mead dedicou-se ao estudo de três tribos nativas da Nova Guiné, uma ilha do Pacífico. Eram elas: os Arapesh, os Mundugumor e os Tchambuli, sendo as três de extrema