O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO À LUZ DA CULTURA ORGANIZACIONAL
Alexandre César Portella1
INTRODUÇÃO
Acompanhando os caminhos percorridos pela Escola, notamos que, desde sua gênese, esta segue uma lógica que, embora venha se consolidando como própria nas últimas décadas, acompanha os traços de suas origens, a saber, a sala de aula como intermédio entre a família e o trabalho (ENGUITA, 1989). Embora vários instrumentos tenham sido criados nas últimas décadas com a finalidade de caracterizar a Escola como uma instituição com personalidade própria e consequentemente com caráter próprio, a gestão das instituições escolares ainda acompanha, muitas vezes, os caminhos definidos pela administração econômica, com suas funções hierarquizadas verticalmente e poder concentrado.
No Brasil, desde a Constituição de 1988, e particularmente a partir da Lei de Diretrizes e Bases Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a Escola vem se constituindo como uma instituição cujas diretrizes formam um conjunto que a caracterizam como uma Cultura Organizacional, ou seja, uma organização que se assemelha a um organismo, cujas características próprias consideram todos os elementos que lhe compõem como participantes celulares do conjunto. Essas características conferem à escola uma personalidade que poderíamos assemelhar à dos indivíduos, proporcionando-lhe uma identidade, que a torna diferente e única.
O propósito deste artigo é analisar como o Projeto Político Pedagógico pode ser construído a partir da visão da Cultura Organizacional para a constituição de uma identidade da escola local de modo a contemplar tanto os anseios da sociedade com relação aos objetivos da Escola2 quanto à formação de seus alunos conforme as características da comunidade em que a escola está estabelecida. Convém clarificar ainda que nosso estudo trata da Escola Pública por ser esta uma instituição que acolhe a todos sem discriminação.
O Projeto Político Pedagógico é um instrumento instituído pela LDB