escola carente e escola possível
Léa Pimheiro Paixão
Rogério Cunha de Campos
Carlos R. Brandão
A
A ESCOLA POSSCVEL É POSSCVEL?
MIGUEL G. ARROYO
(Universidade Federal de Minas Gerais)
DA ESCOLA CARENE
A ESCOLA POSSML
Ao longo da história da educação brasileira, há uma questão que vem passando de educador para educador: é possível uma escola elementar que ensine, ao menos, os conhecimentos básicos aos filhos das camadas populares? Se esta pergunta fosse feita a cada profissional que trabalha nas escolas da área rural e das periferias urbanas deste país, é bem provável que a maioria respondesse: não tem jeito, a escola do povo não é possível.
As estatístic'as não fazem outra coisa senão confirmar o fracasso escolar dos filhos do povo. Os índices de repetência e evasão teimam em mostrar que quase 60% dessas crianças não ultrapassam a 1." série, e o restante irá saindo, ou sendo forçado a sair, ainda nas primeiras séries, sem contar aqueles que nem entraram na escola.
Afinal, é ou não possível tornar realidade a escolarização fundamental para os filhos do povo deste país, neste país? Esta questão vai e volta na história do pensamento educacional. Estamos num momento em que a sensibilidade nacional e a dos profissionais da educação, sobretudo, voltam-se para esse problema. A escola está de novo em questão. Pesquisas têm sido feitas e até pesquisas sobre o "estado" da pesquisa e propostas surgem priorizando saídas (Brandão, 1983:
Mello, 1982; Saviani, 1983; Barreto, 1975).
Nós, os autores dos trabalhos que compõem este livro, pretendemos trazer nossa contribuição porque acreditamos que a escolarização do povo é possível. Não trazemos mais uma pesquisa, nem mais uma saída de emergência. Trazemos o que está sendo tentado, na prática cotidiana, para tornar a escola possível. Reconstruímos e analisamos propostas pedagógicas que estão sendo implementadas.
Pretendemos tirar as lições que a prática nos dá para não cair em velhas ilusões. É um