EROS E PSIQUE - Fernando Pessoa
Eros e Psiquê é uma lendas da mitologia grega. O conhecimento geral da lenda se dá pela figura bastante difundida do anjo Eros (ou Cupido). Eros era filho da deusa do amor, Afrodite, um imortal de beleza inigualável. Psiquê era mortal, uma das três filhas de um rei, todas belas, despertavam a admiração de qualquer pessoa, tanto que muitos vinham de longe para apreciá-las. Duas irmãs de Psiquê casam-se. Apenas a jovem não casa, ainda que seja a mais bela das três, e justamente por isso era a mais temida, já que sua beleza fazia seus pretendentes terem medo. Consultando os oráculos, os pais da jovem entristeceram-se pelo destino da filha, já que foram aconselhados a vestirem-na com trajes de núpcias e colocarem-na num alto de um rochedo para ser desposada por um terrível monstro. Na verdade, tudo fazia parte de um plano da vingativa Afrodite, que sofria de inveja da beleza da moça. Assim que a jovem foi deixada no alto do rochedo, um vento muito forte, Zéfiro, soprou e a levou pelos ares e ela foi colocado em um vale. Psiquê adormece exausta e quando acorda parece ter sido transportada para um cenário de sonhos, um castelo enorme de mármore e ouro e vozes sussurradas que lhe informavam tudo que precisava. E assim, Fernando Pessoa autor do poema a seguir, deixa para os leitores a incrível visão individual da interpretação dessa linda história.
Em grego "psiquê" significa tanto "borboleta" como "alma". Uma alegoria à imortalidade da alma, que simboliza também a alma humana provada por sofrimentos e aprovada, recebendo como prêmio o verdadeiro amor que é eterno.
2. ANÁLISE DO POEMA EROS E PSIQUE
Conta a lenda que dormia
Uma princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante, que viria
De além do muro da estrada.
Fazendo uso dos Romances Clássicos, o autor expõe uma situação inerte da Princesa (adormecida). Seria uma condição feminina em sonhar e esperar, esperar sonhando, sem se preocupar. Ela não está dormindo e não está acordada.