Era uma vez inglês
Editora Relume-Dumará - 2001
Capítulo 1/18:
O Inglês na Boca do Mundo
Dizem as más línguas que o inglês é o resultado da invasão das Ilhas Britânicas por tribos de anglos, saxões, jutos, frisões e viquingues, todos sofrendo de sérios problemas com a bebida. Seus descendentes continuaram a festa e aceitaram vultosas contribuições vindas dos gregos, romanos e franco-romanos, povos também chegados a um trago. O resultado inevitável foi um carnaval lingüístico. Muitos estudantes do idioma tendem a concordar e vão mais longe – para eles o inglês foi engendrado num hospício, tantas as incoerências e incertezas.
O que muitos desconhecem é que por trás daquele inglês enfadonho e confuso das aulas, das regras e das frustrações, há uma bela história que merece ser contada. E este livro faz isso – conta a história da língua inglesa, suas origens, seus traumas, seu desenvolvimento e sua influência no mundo de hoje, tenta esclarecer as dúvidas que surgem com maior freqüência. Aqui são revelados alguns “segredos” que poderão suavizar o caminho dos que se interessam pelo inglês e que gostariam de entender melhor muitas das suas “esquisitices”. A maior parte delas têm alguma explicação e outras, como em qualquer língua, não. Paciência.
As circunstâncias se encarregaram de espalhar mundo afora um idioma que consegue manter um admirável padrão mesmo sem o policiamento de uma academia de letras ou qualquer outro órgão oficial. Tanto assim que existem várias “línguas inglesas”, cada uma com características próprias, mas todas obedecendo, pelo menos no inglês escrito, o standard English. Há o inglês britânico, o americano, o australiano, o irlandês, o escocês, o indiano etc. Existem outros ingleses que fogem do padrão, como o black English e as línguas crioulas baseadas no inglês.
Quando o imperador romano Júlio César pisou as Ilhas Britânicas, há mais de dois mil anos, a língua inglesa não existia. Quinhentos anos