Equipamentos de saneamento e desigualdades no espaço metropolitano do rio de janeiro
Este artigo tenta entender o que resultou deste jogo recentemente no espaço metropolitano carioca, e de que forma ele se articulou com as conjunturas pelas quais passaram a metrópole carioca e a sociedade brasileira. Estudamos a distribuição dos investimentos em saneamento básico, entendido como compreendendo as políticas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, no espaço metropolitano carioca, desde 1975 até 1991, observando a relação deste padrão espacial com a distribuição da estrutura social na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A pesquisa acrescenta interessantes argumentos a dois debates recentes da literatura brasileira sobre os espaços urbanos e as políticas públicas. O primeiro deles diz respeito à importância e à especificidade daquelas políticas, a partir do processo de redemocratização do país e especialmente durante os anos 80. Sob o ponto de vista econômico, a última década foi marcada pela instabilidade, o que levou alguns autores a denominá-la de década perdida. Estudos como os de Marques & Najar (1995) e Faria (1992), no entanto, têm demonstrado que os indicadores sociais “não pioraram ao longo da década, havendo mesmo evidências de que uma melhora, ainda que tímida, tenha ocorrido", o que estaria associado à presença de novos atores na cena política. Os dados apresentados neste texto confirmam e qualificam, para a Região Metropolitana do Rio de