Epistemologia geográfica
Rui Moreira
Na tentativa de retomar o tema regional, Vidal De La Blache aborda em sua perspectiva uniqueísta a relação homem-meio, possuindo uma concepção de singularidade e de que o homem busca a adaptação e, para isto, modifica o meio (possibilismo). Na contrapartida, Alfred Hettner possui a perspectiva corográfica “configurada através da pluralidade dos aspectos físicos e humanos”.
Hettner anexa os estudos sistemáticos e o estudo das regiões, formando assim, o dualismo. Este consistia do método idiográfico (estudo da singularidade) conciliado com o enfoque nomotético (estabelecimento de leis empregadas no conjunto de fenômenos que se repetem na superfície da Terra).
A corologia, método comparativo utilizado por Ritter que desemboca no individualismo regional, é retomado e renovado por Hettner, passando a abordar o estudo da superfície terrestre pela diferenciação de áreas a partir da interação dos fenômenos físicos e humanos. Mesmo com essa distinção dos métodos, tanto Ritter quanto Hettner desconsidera a divisão da geografia em sistemática e regional. Segundo Hettner, a geografia é uma ciência corológica, principalmente, da relação mútua entre a natureza e o homem.
Apesar na diferenciação no modo de sistematização, a Geografia Geral acompanha a distribuição dos fenômenos geográficos, enquanto a Geografia Regional se origina do conceito de regiões geográficas. Porém, o estudo de ambas inclui primordialmente os objetos de estudo (observação, descrição e explicação).
REFERÊNCIAS:
MOREIRA, Rui. As Filosofias e Os Paradigmas Da Geografia Moderna. In_. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006.
SPOSITO, Eliseu Savério; SOBREIRA, Antonio E. G..Caminhos do Pensamento Geográfico. São Paulo: Redefor Unesp, 2011. Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40348/3/2ed_geo_m1d1.pdf> .Acesso em: 16 abril