Claval, paul. epistemologia da geografia.
RESENHA
CLAVAL, Paul. Epistemologia da Geografia. Florianópolis: Editora UFSC, 2011. Estevão Pastori Garbin
Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Geografia Av. Colombo, 5790 – CEP 87020-900 – Maringá – Paraná – Brasil estevoepg@gmail.com
O que a epistemologia pode trazer a uma disciplina como a Geografia? É com esta pergunta que Paul Claval inicia seu livro. Não é preciso ser um observador muito atento para perceber que muitos acadêmicos e profissionais da Geografia pouco refletem sobre sua trajetória histórica e as possibilidades que seu estudo pode ofertar para uma compreensão mais concreta da ciência geográfica. Neste sentido, o livro de Paul Claval intitulado “Epistemologia da Geografia” traz um olhar conciso e objetivo sobre os principais pontos marcados na história do pensamento geográfico, apontando suas relações com o desenvolvimento científico e político de suas respectivas épocas. Sua escrita simples e objetiva possibilita que mesmo os leitores menos familiarizados com o tema se situem e compreendam com clareza os rumos que a Geografia seguiu ao longo de sua história. O livro é dividido em treze capítulos, abrangendo desde as soluções aos problemas de orientação e de localização das “geografias vernaculares”, até os principais debates epistemológicos pós-década de oitenta. Nestas linhas, daremos destaque aos primeiros três capítulos de sua obra, que tratam da evolução que a Geografia postulou como um conhecimento vernacular, intimamente ligado aos
Bol. geogr., Maringá, v. 29, n. 2, p. 165-167, 2011
saberes-fazeres de cada povo, até universalização de algumas estratégias da Geografia, que serviram de subsídio para os recenciamentos dos Estados e aos deslocamentos dos viajantes. Para o autor, as geografias “précientíficas” ou “vernaculares” estão intimamente ligadas ao caráter cultural dos diferentes povos. As necessidades mais fundamentais para as comunidades garantirem sua sobrevivência – a