Epidemiologia da Hipovitaminose A
Constitui um dos principais problemas nutricionais que afligem a população dos países do Terceiro Mendo, acometendo crianças na idade pré-escolar e gestantes. Há associação com subdesenvolvimento, concentrando-se nas camadas mais pobres e menos educadas da população. Estimativas mais recentes categorizam: 127 milhões de crianças na idade pré- escolar tem deficiência em vitamina A; ademais, 4,4 milhões de crianças tem xeroftalmia.
Sabe-se, ainda, que 7,2 milhões de gestantes/nutrizes tem concentração inadequada de retinol no soro ou leite materno e 13,5 milhões tem concentrações de vitamina A consideradas baixas ou marginais.
Acrescenta-se, mais de 6 milhões de mulheres desenvolvem cegueira noturna na gravidez. A carência em foco consiste num problema de saúde pública de dimensões geográficas, a ponto de acometer países subdesenvolvidos e desenvolvidos- estes nas camadas mais pobres e idosas, conforme a OMS. O quadro com manifestações incapacitantes ocorre na Ásia Meridional e na África.
A deficiência de vitamina A é conhecida desde a antiguidade(Egito). Há relatos de Manuel da Gama Lobo sobre características da patologia em escravos. Nas últimas décadas, acontecimentos dessas enfermidades no Nordeste e esporadicamente em áreas meridionais e setentrionais. Em virtude de estudo clínico-nutricional na Paraíba ( 1981-82), desvendou-se casos na mesorregião do sertão, principalmente na entressafra e na seca prolongada de 1981-84. Em 1986, evidencia clínicas de xeroftalmia no RN; no Ceará e Recife, níveis séricos de retinol inadequados nos anos de 1987 a 1991. No semiárido baiano, relatos em 1989. Vale destacar a retinolemia inadequada em crianças pré- escolares em PE, SE e Teresina, PI- de 2000 a 2006. Assim, constata-se maior prevalência de deficiência de vitamina A em escolares, gestantes e idosos.