Envelhecimento e os idosos no futuro
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INTRODUÇÃO A preocupação com a velhice e com um possível rejuvenescimento existe desde tempo muito remoto, e a forma de perceber o envelhecimento não foi única para todos os povos. A partir da visão de alguns expoentes da história universal, pode-se fazer uma breve retrospectiva filosófica sobre o processo de envelhecimento, considerando a época em que cada um viveu e as influências que cada qual recebeu de sua própria civilização Ao realizar esta revisão, não pretendo esgotar a temática, mas apenas torná-la pertinente para subsidiar re- flexões acerca do nosso próprio envelhecimento, permitindo-nos entender o ser humano idoso e cuidar dele com mais competência o que configura, pois, o objetivo deste estudo. ENVELHECIMENTO NA CIVILIZAÇÃO ORIENTAL Na civilização oriental, merece destaque a condição privilegiada do idoso verificada na China, desde a Antiguidade até os dias atuais. Dois personagens foram fundamentais para que essa percepção surgisse e perdurasse até os nossos dias: Lao-Tsé e Confúcio. Inicialmente, descrevo o filósofo e historiador Lao-Tsé ou Lao-Tzy (604-531a. C.), nome cuja tradução mais apropriada é ancião, fundador do Taoísmo, sistema filosófico que considera Tao o todo e único. Pouco se sabe acerca da sua história de vida, porém sua historicidade está presente através do seu livro Da Ra- zão Suprema e da Virtude, o Tao-te King. Lao-Tzy indicou, através de sua obra, o ponto de partida para o conhecimento intuitivo e suas opiniões sobre o sentido da vida. Para ele, a vida nada mais é do que o ser humano que atua espontaneamente como centro do mundo. Esse filósofo percebeu a velhice como um momento supremo, de alcance espiritual máximo, comentando que aos 60 anos de idade o ser hu- mano atinge o momento de libertar-se de seu corpo através do êxtase de se tornar um santo. Embora se reconheça a velhice apenas no outro ser humano e não em quem a está