entrevista setor petrolifero angola
Fala-nos de muito mais: da sua convicção de que o desenvolvimento se faz com uma estrutura empresarial forte e com a certeza de que esta só se afirmará e crescerá se for escrupulosamente ética e rigorosamente independente. O que implica a ‘separação das águas’ entre empresários e políticos. Revela-nos muito do que sabe, e não é pouco, sobre o sector petrolífero e, mais amplamente, sobre o sector energético. Põe a tónica no cumprimento da lei e na clareza das atribuições dos diferentes actores e papéis. Expressa, com entusiasmo tão contagiante quanto exigente, a esperança que deposita nas novas gerações, sublinha o papel da instrução e da formação. Confessa que assume a questão do capital humano como uma paixão. E dá-nos um testemunho singular sobre a angolanização dos quadros e o papel da mulher na nossa sociedade.
Comecemos pelo seu percurso no sector petrolífero. Quanto tempo esteve na Exxon em Angola?
Em 2002 Saí da Exxon em Houston e regresso definitivamente à minha terra natal trabalhando mais dois anos para a Esso Angola. Infelizmente tive de deixar a Exxon em 2004, doeu-me e custou-me, mas senti que o país precisava de mim como advogada externa principalmente com os conhecimentos adquiridos durante a minha formação nos EUA.
Foi quando saiu da Exxon Angola que fundou o escritório?
Não, ainda passei por outros escritórios. Gosto de fazer as coisas passo a passo, ninguém nasce andando. Estou muito grata à Exxon mas confesso que sentia-me como um pássaro dentro da gaiola. Sou por natureza advogada outside counsel, gosto de proteger vários clientes, prazos, deadlines, ordens de trabalho, time sheets etc… e como Advogada Inside Counsel principalmente na indústria petrolífera os juristas, por vezes, no decurso da sua carreira profissional, são forçados a trabalhar fora das leis, da área jurídica e nunca me adaptaria a uma situação similar, seria muito frustrante para a minha