Entrevista referente ao aborto

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Duas mulheres que foram estupradas e engravidaram falam à Marie Claire sobre o trauma da agressão e o desespero ao ver que o pesadelo ainda não tinha acabado. Uma optou por fazer o aborto legal, como a maioria das vítimas nessa situação. A outra escolheu ter a criança, uma menina que hoje tem 28 anos. Por Rosane Queiroz
Leia aqui lista com 17 hospitais em todo o Brasil que realizam o aborto previsto por lei
Mulheres que passaram pela violência de um estupro lidam com um temor ainda maior: o de ter gerado um filho do agressor. O Hospital do Jabaquara, em São Paulo, pioneiro na realização de aborto em casos de gravidez pós-estupro, atendeu, desde agosto de 1989, 141 vítimas que optaram por interromper a gravidez, amparadas pela lei. A média é de um atendimento por mês. Elas chegam com hematomas e outros sinais externos de agressão física, mas também com marcas profundas. Medo, depressão e revolta se misturam à angústia de ter um filho indesejado e ainda por cima de um homem que, muitas vezes, nem sequer viram o rosto ou sabem o nome. “Em uma gravidez, a mulher doa seu corpo, sua alma, seu carinho. Nesse caso, em que um filho é gerado numa situação de horror, é difícil existir afeto e mesmo identificação da mãe com a criança”, diz a assistente social Irotilde Gonçalves Pereira, do programa de atendimento às vítimas no Hospital do Jabaquara.
A maioria das vítimas opta pelo aborto. “O feto se torna a representação do estupro e a mulher nega essa relação. O trauma se sobrepõe ao apelo da maternidade, que também é muito forte”, diz a psicóloga Rosane Teixeira, do programa de atendimento às vítimas de violência sexual do hospital. Em 12 anos de funcionamento, apenas quatro mulheres atendidas no serviço do Jabaquara não quiseram interromper a gravidez. Outras desaparecem após o diagnóstico e decidem o que fazer sozinhas. Muitas chegam ao hospital quando não é mais seguro fazer o aborto. Pela lei, a gravidez pode ser interrompida até a 12a semana de gestação. A

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