Entrevista com psicólogo clínico.
1) Quem é você e há quanto tempo está clinicando?
OV - Eu não sei se eu sei responder a primeira pergunta. Acho que essa é uma resposta para vida inteira. É uma busca para a vida inteira. Quem somos nós na verdade? E vamos nos adaptando, mudando, crescendo. Acho que não posso responder exatamente quem sou eu. Acho que o que se aproxima desta resposta é uma frase do Milton Nascimento, na música “Caçador de mim”. Acho que é um pouco isso o que eu vivo e é um pouco o que todo mundo vive ou deveria, pelo menos, se caçar, se buscar, se conhecer. Então, não posso responder essa pergunta. Agora em relação há quanto tempo eu clínico? Há vinte anos.
2) Quando nós começamos o curso, todos perguntam, porque escolhemos psicologia. Hoje, você consegue responder esta pergunta?
OV - Consigo. Consigo porque antes da escolha do curso eu entrei num processo terapêutico e fui me envolvendo e me apaixonando pela questão, pelo que eu ouvia pelo efeito do que aquilo, daquilo eu ouvia causava em mim. Então, eu achava que era muito impactante e muito benéfico. E fui me interessando cada vez mais pela terapia, pelo trabalho terapêutico e resolvi que seria por aí também a minha escolha e o meu destino, talvez.
3) Em algum momento você teve uma experiência profissional ruim em que pensou “isso não é para mim”? Se puder, conte também alguma experiência em que se sentiu realizado.
OV – Tive vários momentos que eu questionei se eu estava fazendo a coisa certa realmente. Se eu podia estar interferindo positivamente na vida de alguém. Várias situações, aonde algumas pessoas chegavam em desespero mesmo, por ter perdido alguém muito querido ou porque estava em uma depressão muito severa. Eu me sentia completamente impotente, principalmente no começo, diante de algumas situações e de algumas demandas que as pessoas traziam Então, sim tive vários momentos de duvida, de medo, de insegurança. Faz parte realmente da