Cadeia logistica
O assunto é, de fato, complicado e o número de empresas que contratam ex-detentos ainda é pequeno. Mas uma nova visão começa a surgiu no ambiente corporativo e na sociedade em geral. Apesar de o Brasil não possuir uma política explícita para o trabalho prisional há, atualmente, inúmeros projetos em andamento que visam modificar a Lei da Execução Penal no trabalho com finalidade produtiva e educativa. Na visão de Michael Haradon, presidente da Fersol, empresa que atua no ramo de produtos químicos, não existem desculpas para as organizações não utilizarem a mão de obra de ex-detentos. "Por mais que o RH dê motivos para não contratar, sempre existe uma forma de fazer isso. É claro que a capacitação e a lucratividade são fundamentais, mas muitas atividades dentro de uma corporação podem se preenchidas por essas pessoas", ressalta. E a Fersol mostra, na prática, o exemplo. Em 1995, a companhia, localizada em Mairinque (SP), iniciou uma política de inclusão que teve início com a admissão de um número maior de mulheres, passando por deficientes físicos e, há cinco anos, presos em regime semiaberto, que estão em vias de ganhar sua liberdade.
Atualmente, dos 300 funcionários da Fersol, 20 são detentos que fazem serviços como jardinagem, pintura, limpeza e funções que não necessitam de uma capacitação especifica, e recebem um salário mínimo. "Eles têm apresentado resultados muito bons", garante Haradon. Segundo ele, diferentemente do que se imagina, entre as pessoas em liberdade assistida, existem profissionais como advogados, contadores e soldadores; ou seja, há uma gama de profissionais que, perfeitamente, podem se adaptar a funções que tragam rendimentos às empresas .O executivo acredita que 90% dos detentos que se encontram nessa situação foram levados a isso por falta de educação, de família e de