Entrevista com isabel solé
Segundo Isabel Solé, os analfabetos ficam em desvantagens em relação aos alfabetizados, mas que o governo deve oferecer acesso à tecnologia para pessoas menos favorecidas e que dependem desses para fazer a diferença.
Ela defende uma ideia de que a leitura deve ser ensinada desde a educação infantil até o ensino médio, que a leitura deve ser considerada com uma questão ou projeto escolar, e a partir daí desenvolver estratégias de leitura, buscar, resumir, sintetizar e reorganizar informações para que a leitura tenha um lugar ao longo de toda a escolaridade.
Isabel Solé considera que ser alfabetizado é um direito que deve estar ao alcance de todos os cidadãos. Quando um aluno abandona a escola sem saber ler e escrever, fica claro que a sociedade fracassa em seu empenho. Os fatores que levam a desmotivação não tem uma única causa, nem se originam em uma só instituição, mas as condições pessoais e sociais dos alunos e também os próprios ambientes, a cultura, a organização e o funcionamento de cada centro docente. Muitos alunos não poderão aprender nem suportar uma instituição a qual não podem adaptar-se, e esta acabará excluindo-os. Quando a escola não pode ensinar a alguns alunos suas linguagens, não há dúvidas de que está sendo forjado seu fracasso e o desses alunos. Para que haja mudança é necessário um ambiente alfabetizador, capaz de incorporar alunos diferentes e prever suas dificuldades.
Ser leitor significa ser capaz de ler textos muito diversos para alcançar finalidades múltiplas. Alguns alunos aprendem a ler estritamente para passar pela escola com mais ou menos altos e baixos. Neste caso, estamos muito longe da idéia de leitor em sentido amplo, que poderíamos definir como aquele que pode utilizar a leitura para satisfazer as necessidades pessoais e profissionais. É por esse motivo que se insiste em que a escola não