Entre muros e pontes
ENTRE MUROS E PONTES - A PRÁTICA DO EDUCADOR NO COTIDIANO DE UMA ESCOLA PÚBLICA MINEIRA: MEDIAÇÃO, EMBATES E ENFRENTAMENTOS
Gilcia Maria Salomon Bezerra Mouallem1 RESUMO
O artigo descreve resultados de uma pesquisa realizada no ano de 2002 em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio que busca descrever o cotidiano escolar contando como elementos principais de análise a prática do educador e o motivo pelo qual alguns alunos são resistentes às atividades escolares e à autoridade no interior da escola. São abordadas também as formas pelas quais a escola pode superar as resistências: embates e enfrentamentos dos alunos transformando-se em um espaço e tempo pedagógico e favorável a um trabalho coletivo entre professores, alunos e demais profissionais não docentes da escola. A mesma pesquisa apontou os princípios de participação e de dialogicidade, através da criação de oficinas artísticas na escola como via da criação de elementos que propiciam à transformação da escola. Palavras-Chave: Dialogicidade - participação – criticidade – ética – estética.
INTRODUÇÃO Incorporando o desafio de desvelar o cotidiano como observadora e também personagem, a pesquisa que norteia o presente artigo pretende descrever o cotidiano na tentativa de fazer perceber a complexidade e multiplicidade em que se faz, assim como suas possibilidades. Para tanto, trabalharei com: os aspectos potencialmente conflituosos da relação pedagógica, a recusa de alguns grupos de alunos em aceitar a autoridade pedagógica do professor, ou seja, as resistências que ocorrem no interior da escola; as definições instáveis que os profissionais da escola atribuem a estas resistências; e as possibilidades de atuação do educador como mediador no processo educativo do cotidiano escolar, no sentido da criação de espaços e tempos escolares, eticamente, ressignificados à coletividade. Os embates e enfrentamentos, ou seja, a indisciplina,