Entre mitos e realidade
Entre mitos e a realidade
Este ensaio procede de uma análise sobre a visão do índio após o primeiro contato com o homem branco, especificamente das tribos: Arara (Ukaranmã) e os Wari. Objetivei fazer a comparação entre as formas que essas tribos viam os “homens brancos”. Contatos ora amistosos ora conflituosos, marcando o branco no seu sistema simbólico (mitos) e enquadrando o branco no seu “mundo”. Sendo classificados ora como deuses, espíritos maléficos, inimigos ou parceiros eventuais.
Segundo Levi-Strauss apud Teixeira Pinto (2000, p.415):
O lugar dos brancos estava marcado em vazio em sistemas de pensamento baseados em princípios dicotômicos que, etapa após etapa, obriga a desdobrar os termos; de modo que a criação dos índios pelo demiurgo tornava automaticamente necessário que ele tivesse criado também não-índios.
A principio os Wari consideraram os brancos como um tipo de inimigo, segundo as crenças na sua mitologia de que os brancos já foram Wari, que se afastaram geograficamente e que cessaram as trocas de bens e rituais. Até os anos 50, os Wari sentiam orgulho de não ter aliança com os brancos, mantinham contatos conflituosos que envolviam desde roubos de ferramentas até a morte. Entretanto, em 1956 alguns Wari foram até a Frente do Posto de Atração pedindo ferramentas e foram atendidos. Esse episódio marca o início de sua Pacificação. Já os Arara o contato começou em 1850, marcado ora por conflitos ora por troca de bens, ganhou maior importância com a construção da Rodovia Transamazônica e o comércio em torno da mesma. Na década de 1960, o contato