ENTRE GUERRAS E MISÉRIA OS ESCRAVOS DE HOJE- RESENHA
Após a Revolução Industrial, com a consolidação do modelo capitalista no mundo em sua maioria, iniciou-se a grande marcha da competição individual. Na sociedade contemporânea em que o lucro e enriquecimento financeiro, e intectual para se obter prestígio, ultrapassam o pensamento coletivo, os indivíduos de baixa ou nenhuma qualificação passam a ser uma das colunas de sustentação para o crescimento de grandes empresas e são vítimas de um conceito teoricamente findo no mundo: a escravidão.
O livro “Entre guerras e miséria: os escravos de hoje”, escrito por Marie Agnès Combesque, professora no Middebury College, Vermont (EUA), retrata e contextualiza a realidade mascarada da escravidão existente no mundo por meio de dois depoimentos verídicos, dados históricos, geográficos e políticos que constituem a problemática apontada que desrespeita os direitos humanos. Dentre as duas histórias expostas na obra, o segundo depoimento, de um homem que trabalhava descarregando barcos em Jacmel, sul do Haiti, que foi enganado por um aliciador prometendo-o emprego em uma fábrica, quando na verdade escravizou-o em uma plantação de cana de açúcar, chama atenção por sua riqueza em detalhes sobre as condições precárias em que viviam os explorados.
Já o primeiro depoimento possui como espaço inicial o Sudão, especificamente uma população nilótica denominada Dinka, e retrata a vida de um homem que quando pequeno foi capturado por soldados, que destruíram o local onde vivia, e acorrentado para ser vendido assim como todos os homens e meninos da região. Ao ser vendido para um Coronel do Exército, juntamente com uma menina, os serviços domésticos e servidão ao patrão em tempo integral foram designados a ele, enquanto à garota foi atribuída servidão sexual. Posto isso, a autora apresenta dados essenciais para a contextualização do problema no mundo como textos históricos da escravidão, dos países em que se passam as