Ensino e projeto arquitetura
PRÁ COMEÇO DE CONVERSA.
Em minha concepção é muito difícil falar do ensino de qualquer aspecto da arquitetura e urbanismo que não considere o todo. Creio que o que ensinamos seja “arquitetura e urbanismo” e, unicamente por uma ação facilitadora, o fazemos através de recortes da visão global. Não acredito em um curso onde se pretenda formar um arquiteto de edifícios, de interiores, um planejador urbano, um construtor ou qualquer outra área. Formamos arquitetos e urbanistas, um profissional completo e uno que, mais tarde, pode optar por uma ou mais áreas de atuação em toda sua carreira ou em diferentes períodos e oportunidades da carreira.
Como cada um de nós professores terminamos por nos “especializar” em um dos recortes do todo, terminamos também por supervalorizar nossos recortes e, através da nossa lupa própria, passamos a ver detalhes e conteúdos imprescindíveis que os outros não vêm. O resultado é que em qualquer discussão sobre estrutura curricular entre professores o que se vê invariavelmente é que cada um defenda um aumento da parcela de carga horária correspondente a sua área (seu recorte), gerando uma equação que não se fecha. O curso deve ter 3600horas acrescidas de aproximadamente 10 a 20% para adequação de aspectos peculiares (ênfases específicas) ou regionais de cada projeto pedagógico. Assim, para aumentar a carga de uma área há que diminuir de outra, e conseqüentemente haverá um outro grupo de professores que não concordará.
Minha proposta é de que a discussão ultrapasse a questão do tempo cronológico ou seqüencial (chronos, segundo os gregos) para alcançar a questão do tempo da oportunidade, de quando coisas especiais acontecem (kairos, segundo os gregos). Ou seja, algumas vezes há pouca carga horária e o professor através de sua metodologia e postura sabe aproveitá-la adequadamente e a faz render muito. Outras vezes há muita carga horária e, pelos mesmos motivos, o rendimento é mínimo. Há também