Ensaio - zuzu angel
"Quem é essa mulher Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho Que mora na escuridão do mar" (Chico Buarque, 1977)
De 1964 até 1985 o Brasil viveu uma ditadura militar que marca a história nacional até hoje. O processo ditatorial brasileiro foi organizado de uma maneira em que o autoritarismo se instalou gradualmente a partir dos atos institucionais, já que no primeiro criou-se condições para se instalar um regime ditatorial e no ultimo, o ato institucional n˚5, foi considerado um golpe dentro do golpe e que ocorreu uma radicalização do Poder Executivo, que ficou então soberano e não podia mais ser julgado pelo Poder Judiciário e o Poder Legislativo virou como um funcionário público, vulnerável, do novo poder central.
O mundo já estava polarizado graças à guerra fria e o Brasil estava sob influência tanto do capitalismo como do comunismo. Como havia ocorrido a revolução cubana em 1959, por receio de que esse evento estimulasse a população a se organizar, os Estados Unidos da América financiaram o golpe militar. A burguesia tinha interesse na entrada de capital estrangeiro no Brasil, por isso foi favorável ao golpe. Com a renúncia do presidente da época, Jânio Quadros, os militares, que viam seu vice-presidente, João Goulart, como um possível socialista, em 31 de março de 1964 concretizaram o golpe militar na Republica Federativa do Brasil.
Em resistência ao golpe militar, vários grupos, como sindicatos, o movimento estudantil e militares que eram contrários ao golpe, criaram uma oposição ao governo, que foi sendo, cada vez mais, reprimida. O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi uma maneira encontrada pelo governo de obter informações e controlar seus opositores. Esse banco de dados foi usado, posteriormente, como uma lista de candidatos à tortura e assassinato. Aqueles que foram mortos pela ditadura eram dados como desaparecidos ou forjava-se uma justificativa para sua morte, como o