Ensaio Transamerica
30-06-2010
“O gênero é o mecanismo pelo qual as noções de masculino e feminino são produzidas e naturalizadas, mas ele poderia ser muito bem o dispositivo pelo qual estes termos são desconstruídos e desnaturalizados.” BUTLER, 2006: 59.
Resumo: Este ensaio se propõe a uma discussão a respeito dos valores contemporâneos atribuídos à família, desagregando os valores antes impostos de que um lar se constrói pela base de um homem e uma mulher. As experiências heterossexuais vividas por Stanley durante a adolescência, em Transamérica, trouxeram consequencias para o seu futuro: um filho. O grande impasse é que o protagonista agora é na verdade Bree Osborne (Felicity Huffman) e está prestes a dar o último passo para a sua vida como mulher de fato, uma cirurgia para a retirada do órgão sexual masculino. Os conflitos entre Bree e sua família somam às dificuldades do novo filho em aceitar a condição de sua “mãe” e a trama se desenvolve diante da busca dessa reconstrução dos valores familiares.
Palavras-chave: transsexualidade, cinema, gêneros e família.
A ESTÉTICA DO CORPO TRAVESTI E SUAS IMPLICAÇÕES SOCIAIS E FAMILIARES EM TRANSAMÉRICA
O filme Transamérica, dirigido em 2005 por Duncan Turcker, traz à tona a história de Sabrina Osborne (Felicity Huffman), um travesti que está prestes a fazer uma cirurgia de mudança de sexo, ela é apresentada ao espectador fazendo exercícios de voz, para afiná-la e seu processo de caracterização como mulher, meia-calça, roupas cor-de-rosa, chapéus e sapatos de salto, unhas sempre pintadas e cabelo e maquiagem impecáveis. Bree procura transportar o seu universo feminino também para o meio em que vive, sua casa é reflexo da vida que almeja tudo muito bem organizado, cosméticos, limpeza e suavidade. Todo o processo da construção e