ensaio sobre o filme Rashomon
Departamento de Comunicação e Artes
Licenciatura em Cinema
Epistemologia
André Barata
Rashomon
Luis Ales
31310
Covilhã, Janeiro de 2014
Rashomon (Kurosawa, 1960) é um filme de época que explora a questão do conhecimento e da verdade durante o desenvolvimento de um assassinato de um samurai que contou também com a violação da sua respetiva esposa. Ao longo do filme, assistimos a quatro relatos diferentes dos mesmos acontecimentos, todos eles com o mesmo valor de fidedignidade. Três deles expostos durante um julgamento pelos três sujeitos envolvidos diretamente na ação e o quarto pelo lenhador que havia achado o corpo da vítima e denunciado o homicídio, já após as confissões, no momento presente do filme.
No decorrer desta obra escrita e realizada por Akira Kurosawa, através de flashbacks, o bandido, a mulher e o samurai assassinado, adotam como verdade três histórias distintas do mesmo caso, acusando-se a si mesmos pela morte do samurai. Já na quarta versão, que é a perspetiva do lenhador, não se pode dizer o mesmo, mas falaremos disso mais à frente.
Esta longa-metragem começa com dois dos personagens, o próprio lenhador que havia denunciado à polícia o corpo encontrado no meio da floresta e o monge que tinha sido uma das últimas pessoas a ver a vítima com vida, incrédulos e a debaterem-se interiormente sobre o que tinha acontecido no Palácio da Justiça até que acabam a contar o sucedido a um estranho que aparecera no mesmo local para se abrigar da chuva.
Seguindo a ordem cronológica do filme, começamos por Tajomaru que, após ter sido capturado e levado até ao Palácio da Justiça, conta o seu lado da história a partir do momento em que encontrou as vítimas, o samurai e a sua mulher, até ter enganado o samurai, levando-o para um local isolado onde o amarrou e mais tarde onde violou a sua mulher mesmo á frente dos seus olhos e é a partir daqui que a versão do personagem difere das restantes.