Ensaio sobre a democracia na sociedade contemporânea
Clodoaldo Dourado Lima Neto¹
Resumo Trata-se de um ensaio acerca da compreensão da democracia na contemporaneidade onde são apresentados os pontos mais marcantes desta perspectiva em articulação com autores que contribuem para o entendimento desse fenômeno na modernidade, chegando ao momento atual.
Palavras-chave
Democracia; direito; globalização.
Na atualidade, pensar em democracia, tendo como alicerce o senso comum, é remeter-se a uma forma de governo onde o povo delega poderes aos seus representantes e dirigentes através das suas escolhas em tramites eleitorais. O que se torna interessante nesse entendimento é ver que etimologicamente democracia advém do grego e significa governo do povo. Os gregos pensavam, da mesma maneira que o próprio Aristóteles, em uma democracia como sinônimo de soberania popular, numa forma de governo em que o povo exercia o poder legislativo e judiciário pessoalmente e não de forma representativa. Assim se chega a um impasse conceitual, onde para se entender democracia na sociedade contemporânea é preciso analisar a evolução desta na modernidade, para por fim vislumbrar a tendência que se refere à afirmação da democracia participativa enquanto direito fundamental de toda coletividade no contexto global que se ver presente. A democracia, na Antiguidade, principalmente na Grécia, era um regime em que o “povo” se manifestava diretamente de forma participativa para tomar decisões a respeito da cidade. O termo foi concebido a partir das profundas reformas sociais e políticas de Clístenes, no final do século VI a.C.. Era cidadão verdadeiramente aquele que participava politicamente da vida pública. Hannah Arendt irá dizer que é na ação politica que o homem grego se torna humano, pois ao sair da esfera privada, o mundo das necessidades que seria o âmbito doméstico, que é dominada pelo instinto e a irracionalidade e entrar no espaço público o homem ganha voz.