Ensaio Sobre a Cegueira
Escrito pelo autor José Saramago a obra “Ensaio Sobre a Cegueira” foi lançada no ano de 1995 e obteve um grande número de leitores. Acredito que ao ler o livro a intenção de Saramago é fazer com que o seu leitor sinta que o “romance” tenha sido realmente um ensaio, e que durante a obra o seu leitor não leia somente com olhos ou a mente, mas com todo seu conjunto de sentidos. O leitor sente ou tenta sentir a mesma agonia e desespero que os personagens contaminados pela cegueira branca.
Dez anos depois o brasileiro Fernando Meireles transformou o livro de 300 páginas em um filme de 121 minutos e o lançou tornando as cenas que os leitores imaginavam, em chocantes realidades cinematográficas. Ao contrario do livro, o filme mostra (com a excelente atuação dos atores) fortes cenas que nos transmitem inúmeros sentimentos de aflição e angustia. Os personagens muito bem representados demonstram de forma dramática todo o egoísmo, indiferença, consumismo e competitividade que o ser humano tem perante uma sociedade. Mas também são relatados muitos valores sociais como, por exemplo, a compaixão, companheirismo, coragem e solidariedade que são, ou já têm, adquiridos por alguns personagens durante a sua convivência.
No inicio e no decorrer do filme há todo um conjunto de cenas e falas que narram os acontecimentos da historia. As vozes dos personagens são veiculadas pela voz do narrador, porém no final do filme há uma voz que relata as ultimas cenas, é um narrador que surge como a voz de José Saramago e, semelhante a uma leitura, descreve a sensação, emoção e duvidas que os personagens sentiam no momento em que um amigo volta a enxergar.
Com o passar das cenas, o espectador tem uma noção concreta do tempo que se passa enquanto uma das personagens ainda tem seu relógio em funcionamento, porém esse relógio estraga e o filme começa a mostrar a percepção de que o tempo está passando através de outras mensagens. Distinguimos essa sensação de que os