Ensaio Juliana e Luisa Literatura Portuguesa
Palavras-Chave: Sociedade, Feminino, Alegoria.
Abstract: This article aims at to portray the feminine personages Luisa and Juliana of the work Primo Basílio in a perspective to demonstrate the represented alegoria made by Eça de Queirós with the Portuguese nation and society, considering its morality of character.
Key-words: Society, Feminine, Alegoria.
A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa [...] e mostrar-lhe, como num espelho, que triste país eles formam, - eles e elas. É o meu fim nas Cenas da vida portuguesa. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso – e com todo respeito pelas instituições que são de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações, que lhe dá uma sociedade podre.1 Partindo de uma análise do fragmento da carta de Eça de Queiroz a Teófilo Braga e fazendo um questionamento a cerca das personagens femininas de Luisa e Juliana, percebemos o seu caráter totalmente crítico a cerca da sociedade lisboeta. Nesse aspecto, Saraiva e Lopes (1989, p.946) postulam que “(...) o clímax queirosiano da tragédia feminina portuguesa decorre entre Luisa e Juliana, a patroa e a criada, instrumentos de uma exploração humana geral que as torna, consciente ou inconscientemente, inimigas e exploradas-exploradoras entre si (...)”. Tanto Luisa quanto Juliana representam com méritos as instituições as quais pertencem, a burguesia e a classe popular respectivamente. De acordo com Massaud Moisés (1987, p. 205), o realismo de Eça de Queirós passa a ser uma arma de combate, ou seja, uma arma de ação e reforma que procura transformar a sociedade burguesa lisboeta do fim do século XIX. As