O Primo Basílio
*INTRATEXTO:
SINOPSE DA OBRA
O tema da obra é a sociedade lisboeta da época, com todas as características presentes na casta burguesa. Luísa é casada com
Jorge, um engenheiro. Jorge, por força de compromissos, viaja para o Alentejo. Luísa é fraca de físico e de caráter. Durante o interregno, envolve-se afetivamente com Basílio, seu primo e antigo namorado, sujeito de inclinações “don-juanescas”. No contexto, há personagens como Juliana, uma criada grosseira, desonesta, que tira proveito da situação de adultério, escravizando a indefesa
Luísa. O episódio chega ao conhecimento de Jorge, o marido. Luísa fica gravemente enferma e Jorge parece perdoar-lhe o erro. Tarde demais. Ela morre. Basílio continua a desfaçatez de sua existência.
CÉLULAS DE CONFLITO
Trata-se, nesta parte, do final do século XVIII, quando começa a extinguir-se a terceira e última fase do Romantismo português. O surgimento da evolução tecnológica e, em decorrência, cultural tende a esvaziar os ideais românticos que prevaleceram por quase quarenta anos.
Portugal — embora tenha conhecido no período uma certa estabilidade, vê-a definhar, em face de suas dificuldades estruturais de economia — contempla uma Europa renovada nos planos político, social, econômico e cultural. E não apenas contempla, mas também se vê invadido pelas novas conquistas do velho mundo, já que uma juventude operosa e inteligente está atenta àquilo que lhe chega — em 1864 Coimbra se liga à rede européia de caminho-de-ferro — principalmente da França.
Portugal assenta-se, incomodamente, numa situação que privilegia o processo oligárquico, com tendências conservadoras, o que impede a visão de novos horizontes sociopolítico-culturais.
É nesse ambiente que floresce a “Geração de 70”, influenciada pelos modelos franceses buscados em Balzac, Stendhal, Flaubert e
Zola.
Os jovens acadêmicos portugueses absorvem as teorias emergentes, tais como o Determinismo de Taine, o Socialismo “Utópico”
de