O Primo Basílio
I - Introdução
A - Contexto histórico da obra
O final do século XVIII trouxe a definitiva ascensão da burguesia ao poder político na Europa. O marco histórico desse processo foi a Revolução Francesa de 1789. Ao longo do século seguinte, a consolidação do poder burguês se faria de forma cada vez mais marcante, principalmente em função do desenvolvimento que o Capitalismo alcançaria no período. Esse desenvolvimento se deveu, basicamente, a uma acelerada industrialização, que acentuou os mecanismos de exploração social do sistema capitalista. A disputa por mercados de consumo de manufaturados e por áreas de exploração de matérias-primas agravou a rivalidade entre os países industrializados - processo conhecido como Imperialismo.
As desilusões com os rumos da Revolução Francesa já se tinham feito sentir no próprio movimento Romântico.
Mas o quadro descrito aumentaria ainda mais a decepção. A base espiritualista e sentimental do Romantismo cedeu espaço para concepções materialistas e racionais.
Surgiram, em toda a Europa, filosofias que buscavam explicar a realidade através de parâmetros científicos: tratava-se do Cientificismo. A mais representativa dessas filosofias foi o Positivismo, surgido a partir dos escritos de Auguste Comte. O Positivismo pretendia constituir uma teoria geral do conhecimento, a partir da qual todos os aspectos da realidade poderiam ser explicados e normalizados.
Outra tentativa desse sentido foi o Determinismo de Taine, segundo o qual as ações humanas poderiam ser determinadas e previstas a partir da análise de alguns fatores básicos, como o meio social, a raça dos indivíduos envolvidos naquelas ações e o momento histórico que elas aconteceram.
O Evolucionismo de Dawin e as Leis das Selvas, também contribuíram para o cientificismo.
B - O movimento realista em Portugal
O livro de poemas “Odes modernas”, do poeta Antero e Quental, é considerado o marco inicial do Realismo português em 1865. O