Ensaio Fundamentos Biológicos III
A escolha dos ingredientes e a maneira como prepará-los são elementos fundamentais no entendimento da arte da culinária. Preparar um prato envolve uma intimidade tão grande que é difícil dizer quem tem mais prazer: o freguês – que come, ou o chef – que cozinha. Quem come, obviamente, se satisfaz com a comida porque há uma necessidade física que é suprida pelo alimento. Mas há, também, um componente emocional que faz toda a diferença. Quem nunca disse: “Nada como a comidinha da mamãe!”, ou então quem nunca comeu exageradamente depois de uma briga com o namorado (a)? Pois é, o prazer em comer não se restringe apenas a saciar a fome, mas engloba outras questões como esquecer problemas ou relembrar momentos bons. Os hábitos alimentares são fortemente influenciados pela cultura, afinal nós aprendemos a gostar das coisas de acordo com o ambiente em que vivemos. Uma pessoa nascida na China come um espetinho de grilo frito com muito gosto, já uma pessoa nascida no Brasil dificilmente conseguiria comê-lo. Mas, é claro que, mudanças de hábitos alimentares podem acontecer; fato é que tais mudanças não são muito comuns e quando acontecem exigem certo esforço. A gastronomia evolui a passos largos, pois a ingrediente descoberto há uma nova receita que explora seu sabor, e a cada novo sabor há uma pessoa que o apreciará. O sexo poderia estar mais evoluído, pois hoje em dia se dá mais valor (pelo menos na cultura ocidental) ao coito, deixando-se de entender o toque, o olhar, o beijo como elementos fundamentais no sexo. A exploração dos sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão) é essencial na busca pelo prazer sexual, porém nem sempre todos são utilizados diminuindo, assim, a experiência sexual a apenas um movimento coordenado entre dois corpos, o que na verdade deveria envolver muitas outras coisas, por exemplo, a sensualidade. Talvez isso aconteça porque o mundo tem uma mentalidade machista, e o homem (ou a