Ensaio Filosófico sobre o Livre-Arbítrio
Neste ensaio, a questão filosófica que vou abordar é a de saber se temos livre-arbítrio ou não.
Ter livre-arbítrio é ter a capacidade de escolher entre várias possibilidades de forma igual, nas mesmas circunstâncias, de acordo com os meus desejos e crenças e também com as condicionantes da ação, que podem ser físicas, psicológicas, biológicas ou culturais, e que simplesmente influenciam a minha decisão, não a determinam.
Por exemplo, quando tenho dois caminhos e escolho o caminho A, escolho-o ou porque é o mais curto e naquele momento tenho pressa, ou porque é o mais bonito e agradável, entre outras razões. Mas tinha a igual possibilidade de escolher o caminho B, sendo as causas anteriores exatamente iguais. Será que isto é verdade? Será que temos mesmo livre-arbítrio?
Sobre esta questão filosófica há três teses principais: o Determinismo Radical/Absoluto, o Libertismo e o Determinismo Moderado. Como não é possível afirmar que uma destas teorias é mais acertada do que outra, a resposta a esta questão está sujeita à avaliação de cada um.
A primeira tese que vou analisar é o Determinismo Radical/Absoluto, que defende a inexistência de livre-arbítrio, visto que somos condicionados pelas causas de uma forma irrevogável e não podíamos ter escolhido uma coisa diferente daquela que realmente escolhemos, nas mesmas circunstâncias e com as mesmas causas e condicionantes. Por exemplo, dirigindo-me a um café tenho à minha disposição um bolo e um pêssego. Escolho o pêssego por que é mais saudável, estou a fazer dieta, estou um pouco mal disposta, sou alérgica a chocolate, etc. O determinismo diz que naquele momento da decisão, com todas as causas a operarem sobre mim, só tinha em aberto a possibilidade de escolher o pêssego, apesar de muitas vezes nos parecer que tínhamos igual hipótese de escolher uma coisa ou outra – temos a ilusão que somos livres, o que é inevitável.
Um dos argumentos desta teoria é: Todos os acontecimentos