Liberdade e felicidade
Movimento filosófico que nasceu em Atenas e cujo nome deriva do local em que Zenão de Citio, o seu fundador, instalou a respetiva escola: stoà poikile, quer dizer, o "Pórtico das pinturas". O estoicismo teve início por volta do ano 300 a. C. e prolongou-se até ao século II d. C. Além de Zenão, foram adeptos deste movimento Cleantes de Assos, Crisipo, Posidónio, Séneca, o escravo Epicteto e o imperador Marco Aurélio.Tal como para os filósofos cínicos, com quem se relaciona este movimento, o homem é o centro da problemática estoica, sobretudo no que diz respeito à moral.
Vê a natureza como composta de dois princípios, dos quais um é ativo e outro é passivo, um é a matéria e outro é a razão, o Logos, que identifica com Deus; mesmo deus é material, embora subtil. É este último princípio que, ao misturar-se com a matéria grosseira que constitui o corpo, a ordena, agindo como um artífice e presidindo ao destino que está ditado previamente. Dos quatro elementos naturais (fogo, ar, água e terra), o fogo é o princípio ativo.
O estoicismo defende a ideia de que o universo decorre temporalmente por ciclos que se repetem quando os astros regressam às suas posições primordiais; cada ciclo é chamado grande ano.
A autossuficiência é o objetivo supremo do estoicismo, que assume como lema o adágio ascético sustine et abstine, suporta e renuncia. Cada ser deve viver com a sua própria natureza, logo, ao homem, que se caracteriza por ser eminentemente racional, cabe viver de acordo com a virtude para atingir o objetivo máximo: a felicidade. Esta só é alcançável através do cumprimento do adágio já referido, tornando o homem um ser autárquico, quer dizer, cujo princípio está em si mesmo e que, por isso, é senhor de si. Para alcançar este fim, o sábio deve renunciar às suas paixões; a esta renúncia chamam os estoicos ataraxia ou apatia.
Ao longo da história do estoicismo podemos detetar variantes doutrinais particulares que se devem a cada um dos pensadores desta escola.