Ensaio filosófico, identidade pessoal locke
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Concepções de Locke quanto a identidade pessoal. Tentarei demonstrar que as concepções que Locke propõe sobre o “ser” é uma definição preliminar e intuitiva de pessoa (a qual ele tratará, posteriormente, de mostrar que não é uma definição arbitrária). Segundo essa definição inicial, uma “pessoa” é “um ser pensante inteligente, que tem razão e reflexão e que pode considerar-se a si mesmo como si mesmo, a mesma coisa pensante em diferentes tempos e lugares, o que ele faz apenas através daquela consciência que é inseparável do pensamento e, ao que me parece, lhe é essencial”. Neste contexto, ele busca responder uma questão que estava presente entre os filósofos gregos,- Quem somos nós?”. Dessa definição inicial de pessoa, Locke conclui que a identidade pessoal, não sendo nada além do que a identidade de um mesmo ser racional ao longo do tempo, consiste apenas na relação de certas percepções passadas a percepções presentes, por meio da memória: “tão longe quanto essa consciência pode ser estendida para trás em direção a qualquer ação ou pensamento, tão longe alcança a identidade daquela pessoa”. Portanto aqui ele define o ser pelas percepções que este ser tem ao longo da sua trajetória histórica de vida, construindo a sua identidade. As percepções de experiências não permanecem presentes à mente muito tempo depois que ocorrem, mas, ao contrário, seu encadeamento é sempre interrompido pelo esquecimento; logo, é apenas pela reflexão sobre nossos “eus” passados que podemos afirmar que permanecemos os mesmos ao longo do tempo. Mas isso significa, segundo Locke, que a permanência de um mesmo eu não tem nada a ver com a permanência de uma mesma substância (mental ou corporal), pois a verdade da proposição o que afirma que uma certa pessoa é a mesma, não depende da verdade da proposição que afirma que uma certa substância permanece a mesma; ora, só poderíamos estar certos da verdade da proposição que