Engenharia
Trabalho e formação do engenheiro
João Bosco Laudares Shirlene Ribeiro
Palavras-chave: engenheiro; trabalho; qualificação; educação.
Ilustração: Vanessa Hamazaki Silva
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 81, n. 199, p. 491-500, set./dez. 2000.
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iscute a atuação e qualificação do engenheiro a partir das mudanças ocorridas no cenário sociopolítico-econômico. Discute a formação do engenheiro recuperando alguns tópicos da história do ensino de Engenharia no Brasil e faz uma incursão no estudo do currículo dos cursos de Engenharia. Apresenta também resultados de pesquisa em fábricas montadoras quanto à atuação e novas exigências qualificacionais do engenheiro.
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As mudanças ocorridas na organização do trabalho passaram a utilizar, em maior escala, o componente intelectual do trabalhador, em detrimento do componente físico-manual. Dessa forma, articula-se uma nova base técnica com a lógica sistêmica de organização da produção e formas participativas de atuação. O engenheiro, nesse contexto, ocupa posição estratégica, assumindo responsabilidades de gerenciamento de pessoas e processos que lhe exigem conhecimentos humanos e sociais somados àqueles de cunho puramente técnicos. Os cursos universitários, outrora baseados numa lógica instrumental e tecnicista, vêm discutindo a urgência de um novo modelo que possibilite uma formação mais ampliada do engenheiro, envolvendo questões que incluem as dimensões humana e social, econômica e política. Discute-se, ainda, a necessidade da educação continuada, entendendo-se a qualificação profissional num movimento dinâmico e em permanente evolução.
Histórico do ensino de Engenharia nas escolas
A primeira escola de Engenharia foi, segundo Carvalho (1995), a École des Ponts et Chaussées, criada na França em 1775. Nessa fase inicial, a formação de engenheiros esteve voltada para a área de construção civil: pontes e estradas. A segunda escola, também na França, dedicava-se aos estudos dos minerais. Vinte