Engenharia
O caso descreve as causas das deformações excessivas (recalques) ocorridas em piso industrial de uma concessionária de veículos em Duque de Caxias. A estrutura local corresponde a uma área coberta de cerca de 1300 m² constituída de 2 pavimentos com cobertura industrial metálica. O piso de toda área do 1º pavimento foi executado sobre aterro compactado com controle apenas visual durante a construção, sendo o revestimento do piso constituído de placas de granito rejuntadas sobre contrapiso de concreto. A laje do 2º pavimento é apoiada em reticulado de vigas de concreto armado que distribuem as cargas em pilares modulados a cada 10 metros, transferindo as cargas para blocos de fundação em estacas de concreto pré-moldadas cravadas em terreno resistente. É comum este tipo de arranjo de construção, apoiando-se a estrutura em fundações próprias e o piso não estrutural em aterros compactados com controle deficiente em função do reduzido carregamento do mesmo. Entretanto não foi feita pelos construtores a necessária consideração na fase de projeto da ocorrência de solos argilosos de alta compressibilidade, que a despeito de sua pouca espessura
(inferior a 5m) provocam a longo prazo deformações diferenciais(recalques diferenciais), que inviabilizam a operacionalidade dos ambientes ocupados. A necessidade de ocupação rápida das instalações após a execução das obras de terraplenagem, com a justificativa de redução de custos e início dos negócios, inviabilizam a implantação de soluções geotécnicas preliminares que levem em consideração um prazo para que os recalques ocorram, em geral superior a 1 ano. Após a execução das obras, a própria convivência com os recalques se torna danosa e onerosa, como é o caso, já que constantes reparos são realizados dificultando a operação dos ambientes. Cabe ressaltar que uma parcela de tais deformações advêm da própria execução de aterros compactados porém sem controle tecnológico apropriado (grau de