Engenharia
SOCIAL DA EXCELÊNCIA ESCOLAR*
MARIA DROSILA VASCONCELLOS**
Nestas duas últimas décadas, o sistema educacional francês passou por transformações notáveis: a extensão da escolarização teve efeitos não somente sobre as diferenças de resultados dos alunos como na divisão social e técnica do trabalho pedagógico nos estabelecimentos escolares.
Sem dúvida, o ensino secundário na França foi profundamente modificado em seus objetivos educacionais, que haviam de acompanhar as evoluções da sociedade em seu conjunto. Assim, a questão da integração social está no cerne das políticas educacionais, mais especificamente quando se trata de alunos que moram em bairros ou cidades que acumulam dificuldades socioeconômicas. Interessa-nos conhecer melhor as modalidades por meio das quais esses estabelecimentos constroem sua “excelência”, para extrair elementos que possam ser transpostos a outros estabelecimentos, assim como para compreender melhor a atuação e as estratégias dos diversos atores envolvidos na escolarização dos alunos desses estabelecimentos.
Interessa-nos conhecer melhor as modalidades por meio das quais esses estabelecimentos constroem sua “excelência”, para extrair elementos que possam ser transpostos a outros estabelecimentos, assim como para compreender melhor a atuação e as estratégias dos diversos atores envolvidos na escolarização dos alunos desses estabelecimentos. Analisar, de modo mais aprofundado, a realização do trabalho pedagógico no cerne de alguns desses estabelecimentos, focando nossa atenção no modo como neles se instauram a divisão das atividades pedagógicas e o jogo dos atores (docentes, diretor do estabelecimento, pessoal de educação e da inspeção, pais de aluno etc.).
Escolhemos conduzir esta investigação em um número restrito de estabelecimentos: seis no total, três no setor público e três no privado. os dois lycées públicos do centro de Lille acolhem majoritariamente crianças das classes médias