Engenharia
Fernando Luiz Prandini,
Valdir Akihiko Nakazawa,
Carlos Geraldo Luz de Freitas,
Nóris Costa Diniz
Hoje, as cidades já abrigam mais de 75% dos brasileiros, 93% no Estado de São Paulo, resultante de um acelerado e, tudo aponta, irreversível processo de urbanização. Para a correta gestão deste fenômeno, toda a sociedade e, em especial, as instâncias governamentais têm que se habilitar no sentido da otimização dos investimentos, reduzindo perdas e deseconomias que, acompanham e caracterizam hoje a expansão das cidades, principalmente nas regiões metropolitanas ou em metropolização.
Problemas como erosão e assoreamento intensos, escorregamentos, enchentes, recalques e colapsos de solo, degradação e esgotamento dos recursos hídricos, contaminação por disposição de rejeitos etc. caracterizam hoje boa parte das grandes cidades brasileiras, consumindo vultosos recursos além de, não raro, colocarem em risco a vida de parcela desta enorme população urbana.
Este quadro expõe, objetivamente, a necessidade de se conhecerem as características dos terrenos e seu comportamento ante as solicitações próprias de seu uso urbano, destacando-se o meio físico como o componente ambiental que mais persiste a interagir com o ambiente construído, determinando grande parte dos seus problemas.
O meio ambiente e as transformações
O meio físico é o componente ambiental que mais resiste às modificações impostas pela ocupação. Suas características e os fenômenos associados persistem no comando do comportamento e das manifestações do meio físico em novas relações de interação, como parte indissociável do ambiente construído.
O meio físico, com destaque aos seus elementos de natureza geológica, envolve complexas manifestações que assumem escalas planetárias com variadas expressões locais.
Os fenômenos do meio físico podem ser entendidos como de ordem endógena e exógena, em relação à superfície do planeta. Como endógenos, têm-se as