Engenharia
Atualmente, o Brasil produz milhões de toneladas de cal por ano. Na região Nordeste, encontra-se 6% da oferta brasileira de cal. O estado do Rio Grande do Norte contribui enormemente com essa produção, a qual está concentrada em quatro grandes pólos, compostos pelos seguintes municípios: I- Governador Dix-sept Rosado, Apodi, Felipe Guerra e Assu; II- Caicó, Jucurutu, São José do Seridó e Jardim do Seridó e São Rafael; III- Jandaíra e adjacências e IV- Almino Afonso e Messias Targino. A grande produção da cal nesse estado explica-se pela presença de depósitos de rochas carbonáticas que ocorrem na formação Jandaíra, na Bacia Potiguar, numa área de aproximadamente 21.000 Km², com espessuras médias superiores a 400 metros, como também na ocorrência sob a forma de lentes de mármore predominantemente cálcicas. Considerando que o pólo industrial do município de Governador Dix-sept Rosado é a área de maior destaque na extração da cal no Rio Grande do Norte, objetivou-se realizar um diagnóstico sócio-econômico e ambiental no referido pólo.
RESULTADOS:
A produção da cal é a maior fonte de geração de emprego e renda do município. A extração de calcários/mármores é realizada de forma rudimentar e sem infra-estrutura técnica, desde a fase inicial até a calcinação, que também é feita de forma artesanal, em caieiras simples. É inexistente o uso de EPIs nas várias fases de produção e as condições de trabalho são muito precárias. A renda dos proprietários dos fornos é em média de 2 a 4 salários-mínimos, enquanto que a dos trabalhadores é de 1 salário-mínimo. A maior parte dos lucros ficam, assim, nas mãos de atravessadores que revendem o produto. O setor da cal é quase todo informal, com pouquíssimas empresas legalizadas. Esta informalidade é visível na desarticulação, desinformação, descapitalização e falta de gerenciamento dos produtores. Com relação às questões ambientais, observou-se que a lenha é o principal