engenharia - sobressalentes
Rui Assis
Engenheiro Mecânico IST rassis@netcabo.pt Comunicação no 1º Encontro Nacional de Riscos, Segurança e
Fiabilidade / Lisboa, Maio 05
Resumo
Os fabricantes de equipamentos propõem frequentemente fornecer sobressalentes de preço elevado para backup dos seu homólogos montados naqueles. A dúvida surge sobre qual das alternativas eleger: 1) adquirir e manter um sobressalente caro, o qual só se tornará necessário se uma falha casual ocorrer (erro de operador, erro de um técnico de manutenção, desastre natural, etc.) ou 2) não o adquirir e sofrer as consequências da espera pelo seu fornecimento urgente na eventualidade de uma falha, a qual poderá ocorrer em qualquer momento até ao fim da vida útil do equipamento? Descreve-se como analisar a viabilidade económica de uma e outra alternativa. Mostra-se como equacionar e resolver o problema de forma analítica e determinística, combinando a engenharia da fiabilidade com o cálculo financeiro. Introduz-se depois o conceito de incerteza na estimação dos valores de duas das variáveis, o que transforma a natureza do problema em estocástica. Só a construção de um modelo de simulação numérica pelo método de Monte-Carlo vai permitir encontrar uma solução depois do necessário tratamento estatístico. É este o objectivo deste trabalho: mostrar as vantagens das técnicas de simulação em computador em relação aos métodos analíticos, na representação de modelos de gestão mais próximos da realidade.
Adquirir ou Não um Sobressalente?
1
Introdução
Com frequência as empresas deparam-se com o dilema de aprovar (ou não) a aquisição, juntamente com um equipamento, de um conjunto de peças de substituição propostas pelo fornecedor daquele. Se a empresa dispuser de um serviço de manutenção devidamente dimensionado, organizado e documentado, adiará para as vésperas de uma intervenção preventiva (sistemática ou condicionada) a encomenda ao fornecedor daquelas
peças.