Engenharia Civil
Embarcar num veículo em movimento, que já tem uma trajetória antiga e consolidada, que funciona como um sistema bem-estruturado, com personagens ocupando suas posições nos assentos, não é tão fácil quanto parece. Filmes de aventura, desenhos animados e jogos raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de heróis e bandidos saltando de um veículo em movimento para outro.
Mas na vida real às vezes nem alcançamos o veículo.
Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos equilibrarmos na sua carenagem, ou dentro dele. Quando muito, chegamos e mal entendemos as regras do jogo, de onde vem o veículo, como ele funciona, para onde vai, quem ou o que o comanda, onde está o manual de operação dos equipamentos de bordo. Enfim, temos de, com rapidez, embarcar, nos desembaraçar dos rituais de chegada, pegar o "jeito da coisa", entender a linguagem utilizada lá dentro, as relações de forças e começar a colher os frutos da viagem, ou quem sabe até contribuir para corrigir o trajeto em curso.
E no começo nem temos direito a assentos, ficamos pendurados nos estribos, nas cordas de segurança, segurando nas mãos dos mais experientes, tentando seguir algumas instruções e conselhos esparsos vindos não se sabe de onde. A cada curva, a cada irregularidade da pista ou mudança de velocidade, rodopiamos feito folhas secas num vendaval.
Para quem chega, tudo é novo, complexo, mágico. A muito custo, com o tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, o novo pouco a pouco começa a ficar familiar. O complexo se transforma em algo instigante, um estímulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia mágico
12 Introdução À engenharia - conceitos, ferramentas e comportamentos Mas nem todos têm a sorte de compreender todo esse processo a tempo de usufruir os serviços de bordo, os benefícios da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da